Por que o monolito é uma escolha poderosa em tempos de microserviços?

Kelvin Cleto
3 min readJan 8, 2025

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Muitos desenvolvedores acham que microserviços são a solução mágica para tudo. Aquele papo de “escalabilidade infinita” e “modularidade perfeita” enche os olhos, mas a realidade é bem diferente. O monolito, que muitos consideram ultrapassado, pode ser a solução mais poderosa para a maioria dos projetos. E sabe por quê? Porque funciona — e funciona sem complicar sua vida.

Nesse artigo, vou direto ao ponto: vou mostrar por que o monolito ainda faz tanto sentido, desmistificar o hype dos microserviços e trazer insights práticos que aprendi com muita experimentação (e alguns tropeços) ao longo dos anos.

O mercado não precisa de desenvolvedores que apenas repetem o que está na moda. Precisa de devs que entendem o que estão fazendo.

O que é um monolito e por que ele ainda faz sentido?

Um monolito nada mais é do que uma aplicação única e centralizada. Todo o código está ali, num único lugar, o que facilita o desenvolvimento, o deploy e até a manutenção. Para a maioria dos projetos, principalmente os que ainda não lidam com milhares de transações por segundo, ele é mais do que suficiente.

Se você está começando ou ainda não sabe definir claramente os requisitos do seu sistema, vai de monolito. É mais simples, dá menos problema e, no fim, entrega o que você precisa: um sistema funcionando. E sabe o melhor? Funciona agora e vai continuar funcionando até quando estivermos morando em Marte.

O que são micro-serviços e por que nem sempre são a melhor escolha?

Microserviços são, basicamente, pedaços independentes de um sistema, cada um responsável por uma funcionalidade específica. Eles prometem escalabilidade, flexibilidade e reaproveitamento. Bonito na teoria, mas, na prática, montar e manter isso exige time qualificado, estrutura robusta e dinheiro.

E aqui está o ponto que ninguém gosta de admitir: a maioria dos sistemas não precisa disso.

Seu sistema vai realmente processar X milhares de transações por segundo? Seu sistema realmente precisa dessa complexidade? O time técnico dá conta de sustentar e evoluir isso?

Se você está operando em um mercado mais “pé no chão”, com volumes bem menores, microserviços podem ser um tiro no pé — especialmente se você não tem um time preparado para lidar com as complexidades envolvidas.

Então, antes de sair criando 30 APIs e dizendo que tem um “microserviço”, pergunte-se: o que o sistema realmente precisa? Porque, às vezes, o simples resolve mais rápido e melhor.

Quando escolher um monolito?

A escolha de arquitetura depende do contexto. Mas, se você está começando ou desenvolvendo algo que ainda não tem requisitos complexos, o monolito é a melhor opção. Por quê? Porque ele é simples, direto e eficiente. Não exige configurações avançadas, nem times extremamente especializados — é o tipo de abordagem que resolve sem criar dores de cabeça.

O monolito também tem outra vantagem importante: a velocidade de entrega. Como tudo está em um único lugar, o desenvolvimento flui de maneira mais ágil, e os ajustes são mais rápidos. Para a maioria dos sistemas, essa simplicidade é mais do que suficiente.

E tem mais: começar com um monolito não significa que ele vai ficar assim para sempre. Conforme o sistema cresce e novos desafios aparecem, você pode identificar partes específicas para extrair e transformar em serviços independentes. É como construir uma casa sólida e, depois, adicionar extensões conforme necessário.

Então, se você está na dúvida, comece pelo básico. Apostar no monolito pode economizar tempo, esforço e, no fim das contas, entregar exatamente o que o cliente precisa.

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Empresário, apaixonado por tecnologia e inovação, possuo uma trajetória que vai desde a programação e arquitetura de software até a liderança de negócios.

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